sábado, 25 de fevereiro de 2012

CONVERSA NOTURNA

Ah!
Mas se viesse esse tal de amor
Questionar-me ao seu respeito.
Diria-lhe que sua paciência
Me corrói os desejos da alma.
Passaria horas em sua presença
A tal ponto de saber o porquê
Dele ser passado, presente e futuro.
Se meus olhos fixassem os seus
Deixaria-lhe o questionamento de meus amores,
Dos dissabores os quais me conduziu,
E das decepções que me permitiu.
E a mais óbvia, clara e eficaz
Pergunta que ecoa na solidão de meu quarto:
“porque insistisses em minha hospedagem,
Se minhas lágrimas se desfazem no vazio da noite por culpa tua?”
Ah!
Calaria-lhe as dóceis palavras,
Cessaria seus hábeis carinhos,
E apagaria seus ofegantes beijos.
E na simples explosão de meu último suspiro
E de sua ultima existência lhe pediria apenas
a última sombra de sua passagem.
O último olhar de sua entrega,
e o beijo de seu adeus.
Afinal, sua existência é apenas
É apenas minha escolha, e depois...
Sim!Sim!
Deixaria-lhe morrer... 
                                           Elaine Santana


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

TALVEZ



Se me fosse possível te entregaria
todas as minhas noites de amor,
todos os meus sonhos,
até minhas tristes histórias te contaria.
Para mim restariam lágrimas,
mas para você seria como resgatar
as horas perdidas pela falta de coragem, talvez.
Te sorriria até nas mais temíveis tempestades,
e de você poderia ouvir uma ironia
ou uma ação correspondida, talvez.
Adoraria sentir teu ombro quando a vida
insistisse em meus sofrimentos.
Desejaria tuas palavras como alento.
Chegaria ao sublime ato de amor
só por tua paciência.
O problema é que o “talvez” persistiu,
teus pensamentos inundaram meus sentimentos.
E nunca me permitisse viver o que gostaria,
Apenas me ensinasse o que precisava.
                                                                       Elaine Santana

VIVER




Que a vida não seja mais uma.
Que os sonhos encontrem caminho.
Que ninguém nunca seja sozinho.
Que o beijo sempre de amor 
seja eterno e belo.


Encontre na vida alguém
e nunca seja ninguém.
Que os obstáculos sejam força,
e as lágrimas coragem.
E quando os sonhos acabarem,
volte a dormir.

                                            Elaine Santana

Medo



Admito que tenho medo.
Medo dessa escolha necessária,
dessa decisão por um sorriso ou por uma lágrima.
Medo de um destino sem o calor de tuas mãos,
O encanto de teus leves passos,
e dessa tua capacidade de alimentar os meus preciosos sonhos.
Medo de não te dá colo nas temíveis tempestades,
De não ser terra firme para os teus planos.
Confesso que você já marcou espaço em mim,
já levou um pedaço de tudo o que quero,
de muito o que eu sonho
e de tudo o que eu desejo pra nós.

                                                                            Elaine Santana

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SAUDOSA AMIZADE


É que as vezes acreditamos que algumas amizades serão eternas,
Porque confiamos tanto, e vivemos momentos que não sabemos como definir.
Contamos e criamos sonhos,
Brincamos de fazer do tempo um mero construtor de histórias, sem limitações é claro.
Tocamos um amanhã que ao invés de indecifrável parece mesmo uma brincadeira de roda, no qual estaremos de mãos dadas, dando gargalhadas e vendo o outro crescer.
Entendendo que cada um de nós talvez planeje construir uma família, e que num domingo qualquer nossos filhos estarão juntos brincando, e assim confirmaremos que cada passo valeu a pena.
Eu, talvez me lembre como foi bom te procurar em minhas horas de solidão; receber um abraço que me devolveu o chão e entregou aos céus; deixar uma lágrima e um sorriso em seu banquete e perceber que seriamos tão eternos que já vivíamos assim.
Você, talvez se lembre das nossas conversas, e também de alguns desentendimentos que hoje lhe fazem sorrir, talvez se lembre da música preferida, e de quando trocávamos os cadernos só para que o outro pudesse recomeçar.
E aprendemos como é bom voar, mas o vento nos distanciou e não direcionamos as velas do barco na hora certa, porque talvez em algum determinado momento um ou outro decidiu tomar um rumo que não planejamos juntos. E agora?O que fazer?Voltar?Seguir em frente sem o meu amigo?
Quantas e quantas perguntas, e mais, quantas amizades desfeitas pelo vento da indiferença, da mágoa e do desrespeito; quantos caminhos despercebidos, lágrimas que não vimos, sorrisos que não compartilhamos, vitórias que não celebramos e tempo que não aproveitamos.
Hoje, acredito que nossa amizade não seja mais cultivada o suficiente para se fazer presente, e que não nos apoiamos ou compartilhamos mais da vida, porém, sei que ela foi verdadeira o suficiente para se tornar saudosa.
                                                                                                                     Elaine Santana