Mas se viesse esse tal de amor
Questionar-me ao seu respeito.
Diria-lhe que sua paciência
Me corrói os desejos da alma.
Passaria horas em sua presença
A tal ponto de saber o porquê
Dele ser passado, presente e futuro.
Se meus olhos fixassem os seus
Deixaria-lhe o questionamento de meus amores,
Dos dissabores os quais me conduziu,
E das decepções que me permitiu.
E a mais óbvia, clara e eficaz
Pergunta que ecoa na solidão de meu quarto:
“porque insistisses em minha hospedagem,
Se minhas lágrimas se desfazem no vazio da noite por culpa tua?”
Ah!
Calaria-lhe as dóceis palavras,
Cessaria seus hábeis carinhos,
E apagaria seus ofegantes beijos.
E na simples explosão de meu último suspiro
E de sua ultima existência lhe pediria apenas
a última sombra de sua passagem.
O último olhar de sua entrega,
e o beijo de seu adeus.
Afinal, sua existência é apenas
É apenas minha escolha, e depois...
Sim!Sim!
Deixaria-lhe morrer...
Elaine Santana