quarta-feira, 16 de maio de 2012

PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA




Hoje, decidi te escrever em forma de carta, não porque seja um desabafo ou exista maior necessidade de explicar os fatos, não se preocupe é pela simples forma de acreditar que é o meu possível frente tudo o que vivemos.
Sabe, ultimamente ando lendo alguns textos que embalam o amor em sentidos tão semelhantes aos quais vivemos que mesmo parece que foi esse teimoso coração que se expressou em algum instante de distração. Acredito que talvez você tenha lido algo também esse tempos, porque eu sei o quanto admiravas a relação descoberta nas palavras, mas olha eu só não tenho gostado dessa persistência que algumas pessoas possuem de enquadrar as palavras em molduras velhas, sem estética ou contemplação de vida. Exatamente! Essas expressões que persistem nos desencontros de juras eternas, no descaso pelas lágrimas alheias, e no descrédito com sentimentos que ainda permanecem e fazem questão de serem engavetados, amassados e jogados em qualquer canto obscuro do armário.
Por  isso te escrevo hoje, não para falar de mágoas, decepções ou erros, tudo isso é muito fácil de perceber em amores não correspondidos ou abandonados.Difícil mesmo é agente ver borboletas, contemplar o brilho onde restou apenas cinzas, rever o arco-íris em um céu recoberto por nuvens escuras.
A nossa história teve de tudo isso, mas vou nos permitir lembrar dos doces, do gostinho de algodão, para sabermos que também existiu um pouco de verdade nessa brincadeira de faz-de-conta.
Me deixa começar com as nossas noites de sábado, o bailar pela aurora ao a ouvir a tua voz; daquela canção que fazíamos sempre questão de lembrar, recorda?. Daquela saudade permeada pela terna esperança de que o domingo acordava e eu possuía o teu toque em meus pés, me dando sempre um pouco de chão quando eu precisava, e porque eu sabia que você estaria sempre ali. É... eu sabia,ou melhor, acreditava.
Não que suas habilidades fossem de super-heróis, pelo contrário, como eu descobri com você a beleza de ser humano. Muito mais que a letra da canção, você me ensinou a sorrir; a dar as mãos nas noites frias; a ser mais gentil, confesso; a entender que uma boa conversa é sinônimo de afinidade; que eu sempre precisarei de um abraço; que o saber vai muito além dos livros; que a gramática foi impossibilitada de definir saudade, e que as vezes quando a vida exige precisamos ceder.
É certo que eu sempre fui brigona mesmo, mas você também sabia como eu adorava o teu olhar de compreensão, tua paciência, teu jeito de me fazer menina e mulher, de me dá responsabilidade e me afagar com  mimos. Talvez eu sempre quisesse mesmo esse teu mistério.
Portanto, hoje eu sussurro um obrigada, não por perceber que o tempo se encarregou de me fazer mais pacífica, mas porque muito antes eu já havia entendido que detalhes são difíceis de esquecer, no entanto, agora compreendo ainda melhor que detalhes são feridas, isso mesmo, feridas que deixam cicatrizes, umas agente sabe que estão ali, mas mesmo assim nem ligamos; outras não nos deixam esquecer que um pouco de maquiagem é sempre útil.

Elaine Santana


quarta-feira, 2 de maio de 2012

PENSAMENTO



Quero você!
De braços dados ao brilho da lua.
Quero liberdade!
Vento leve e calçadas para dançar.
Quero sorriros!
Sim! Sorrisos sinceros e autênticos,
que me permitam harmonia neste viver.
Quero sonhos!
Tenho fome e sede de sonhos, porque diversas são as palavras que me tem ferido o coração
e por isso necessito agigantar essa capacidade de sonhar.
Quero brisa!
Sol!
Lua!
Um pouco de chuva para lavar as tristezas,
e terra firma para caminhar, por favor.
Ah, mas os sonhos... essses eu desejo ante toda expectativa expressa, ou melhor,
que sejam esses as expectativas, e devem ser...
E se não forem? Se acaso não derem certos?
Não se preocupe, Vida!
Existe sempre um silêncio no meio do caminho que nos permite entender
que o dia sempre nasce outra vez.
Elaine Santana